
Cai a chuva na vidraça
Cai, desliza com pressa
Em cada nuvem que passa
Vai escorrendo com graça
Acaba e logo começa
Cai a chuva na vidraça
Vai caindo até mais não
E por fim a chuva passa
Bate o Sol na vidraça
E aquece o meu coração.
Ai a chuva, pobre dela
Que passa a vida a caír
Pode ficar com mazela
Ou partir uma costela
E depois não pode vir.
Coração tu estás triste
A verdade, quero saber
É a saudade que existe
Ou a chuva que persiste
E te faz entristecer.
Cai a chuva miudinha
Deixa meu rosto molhado
Negra aquela andorinha
Voltou à sua casinha
No beiral do meu telhado.
Ao cair assim brandinha
A chuva quando ela quer
Rega o pomar a hortinha
Refresca a cepa na vinha
E dá vida ao malmequer.