FELIZ ANO NOVO MEUS AMIGOS


sexta-feira, 30 de abril de 2010

O ANJINHO



Vestiram-me de branco, linho
Meteram-me um terço na mão
E puseram-me a caminho
À frente d'uma procissão

E eu assim caminhei
Com asas e sem voar
Mas todo o caminho olhei
Para o anjinho, meu par

E muita gente ao passar
Nos caracóis me mexia
Eu andava a ver, se via
A minha mãe a olhar

E já no fim do caminho
Eu desatei a chorar
Me vieram perguntar
Porque chorava o anjinho

Deram-me beijos a rir
Amêndoas para me calar
Mas eu não queria seguir
E continuei a chorar

E mães das meninas, a par
Saíram da procissão
Para me puxarem p'la mão
P'rá procissão não parar

Chorei o resto do caminho
Ninguém descobriu porém
Que eu não queria ser anjinho
Eu só queria a minha mãe.

Só vi a minha mãe passados 6 meses.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O MEU ROUXINOL


Faz hoje precisamente 32 anos que fui mãe pela primeira vez e nasceu o meu rouxinol. O nome de rouxinol é por ele gostar muito de cantar. Onde quer que esteja em casa, com amigos, ele canta e encanta-me. Parabéns meu querido, por tudo o que me deste, ao longo destes anos, pela doçura, pela alegria, pelo amor e por seres quem és. Um filho maravilhoso. Que a vida te dê tudo o que ambicionas pois tu mereces. Dedico-te estes meus versos e que tenhas um dia feliz. Beijócas da mami.



Neste jardim do meu peito
Mora um lindo rouxinol
Me encanta com seu jeito
Meigo, doce, coração mole

Sempre gostou de cantar
Seja Dezembro ou Janeiro
Ele canta o ano inteiro
E sem nunca se cansar

Foi em Abril que nasceu
A vinte e dois foi o dia
Foi a minha grande alegria
A primeira que me deu

E o rouxinol foi estudar
E entre livros e amores
Estudou computadores
Para depois se formar

E o meu jardim murchou
Ao ver que rouxinol cresceu
Ele ganhou asas e voou
E tem um ninho só seu

E todos os dias assim
Quer chova ou faça Sol
Ele liga sempre p'ra mim
P'ra saber do meu jardim
O meu lindo rouxinol.

domingo, 18 de abril de 2010

FIZ


Fiz do sonho uma quimera
Do meu ser, doce ilusão
Do Inverno a Primavera
E do amor uma canção

Fiz da tristeza, alegria
E joguei fora, a saudade
Do vendaval, calmaria
E da prisão, liberdade

Da morte, eu fiz a vida
Sem anos sem ter idade
Dei chuto na despedida
E anulei a maldade

Á ganância mais submersa
Eu lhe dei um coração
E na mente mais perversa
Plantei, bom senso e razão

Ás crianças, dei verdade
Amor, ternura, brinquedos
Destruí-lhes os seus medos
E dei-lhes só felicidade

Deixei o ódio ausente
E das maiores amarguras
Eu fiz laços de ternura
Para dar a toda a gente

Da mentira fiz verdade
De mim fiz com emoção
Muitos laços de amizade
Que distribuo de verdade
Para vós, de coração.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

MEU CORAÇÃO




Revestido de rebeldia
Assim está meu coração
Não ouve só me arrelia
Não escuta a minha razão

Vira as costas vai embora
E só faz o que ele quer
Me desdenha a toda a hora
Só porque eu sou mulher

Não quer mais obedecer
Me diz que agora é o rei
Que já tem o seu querer
E o seu querer não tem lei

E quando fica zangado
De eu dizer, tem que ser
Chega até a ser malcriado
E diz que nem me quer ver

Sempre viveu na prisão
Nunca lhe dei liberdade
Me acusa e com razão
Só lhe dei mágoa e saudade

A alguém eu o vou dar...
Descobri que não é meu
Se eu o podesse ofertar
Talvez o fossem tratar
Melhor dele do que eu.